Resumindo: o que achaste?

quinta-feira, junho 17, 2010

Os dois e uma.

Os seus olhares tornaram-se bem mais íntimos do que alguma vez ela vira. Ali estavam eles os três, para todos os que passavam para eles assim era, mas não para ela. A profundidade da presença e a intensidade da amizade que tinham não a deixavam ignorar o que via, nem deixavam desprezar a crescente amargura ao ver-se só.
Não… A mesma cara, os mesmos gestos, a mesma máscara de emoções. E eles, eles falavam, olhando para ela com carinho, e olhando-se com paixão. Era impossível não reparar e a fúria já raspava dentro dela. Como? Ao fim de tanto tempo de amor, segredos, conversas e risos entre os três, eles os dois repartiram o trio equilibrado em dois: eles e ela. Embora o tentassem omitir, tentassem fingir que tudo estava igual, ela sentia o abandono. Já se via afastada pela névoa dos olhares cúmplices, pelas trocas de sussurros sujos.
E já a felicidade deles não lhe importava, se não a conseguiria suportar nas suas costas. Queria vê-los feliz, mas cada um com a sua felicidade e não com ela dividida.

sábado, junho 05, 2010

Cruz - a fonte do altruísmo?

Não percebo porque é que a cruz é tão venerada. Afinal não somos inteligentes o suficiente para escolhermos um caminho de respeito, união, paz, amor, amizade e fraternidade sem ser pelo arrepiante medo do castigo divino? Não serão os humanos capazes de definir as fronteiras entre o que destrói os traços humanos e o que os desenvolve? Não me venham com tretas. Eu consigo encontrar a minha consciência sem nada divino por detrás. Porque raio é que os outros não seriam capazes de o fazer? Para querer fazer algo que ajude os outros não é preciso querer agradar à vossa entidade divina, basta acreditar que isto é o vosso dever como um ser e como um cidadão. O que será o verdadeiro altruísmo? A resposta parece-me clara.

p.s: This is not a pretender talking. This one is pretty real for me.